O sistema adotado no
Brasil para a eleição de vereadores, deputados estaduais e deputados federais é
o sistema proporcional onde as cadeiras nas casas legislativas municipais,
estaduais e federal são distribuídas proporcionalmente ao número de votos de
cada partido ou coligação.
Cada partido ou
coligação para eleger um candidato precisa primeiramente alcançar o quociente
eleitoral que é o número de votos válidos no município (eleição de vereador) ou
no estado (eleição de deputado) divido pelo número de cadeiras a serem
preenchidas.
Nesse sentido, todos
os candidatos do partido ou coligação precisam trabalhar unidos para
conseguirem atingir o quociente eleitoral porque sem ele ninguém será eleito
por mais bem votado que seja. Feito o quociente eleitoral, será eleito o mais
votado dentro do partido ou coligação, aproveitando os votos dos menos votados.
A vantagem desse
sistema é que cada candidato a vereador pode pedir votos para os eleitores do município
inteiro, e cada candidato a deputado estadual ou federal pode fazer campanha no
estado inteiro, ou seja, o eleitor pode votar em qualquer candidato a vereador
do seu município e em qualquer candidato a deputado estadual ou federal do seu
estado.
A desvantagem desse
sistema é que leva os dirigentes partidários e os candidatos a viverem numa
situação de hipocrisia, ou seja, a dizerem que todos são iguais, que não há
candidatos preferidos dentro do partido ou coligação, que não importa quem seja
o candidato eleito, que o importante é o partido ou coligação eleger o maior
número possível de vereadores ou deputados.
Não é verdade. Todo
dirigente partidário tem os seus preferidos. Todo candidato deseja chegar em
primeiro lugar para ser eleito com os votos dos outros. Temos uma dupla
situação, todos os candidatos de um partido são companheiros porque precisam
trabalhar unidos para conseguirem o quociente eleitoral, e são adversários
porque estão disputando uns com os outros para ver quem chega em primeiro
lugar.
Conclusão, os
adversários do candidato nas eleições proporcionais são os seus companheiros de
partido ou coligação. A disputa não é com os candidatos de outros partidos ou
coligações, mas com os companheiros de partido ou coligação.
Diferentemente do
sistema distrital, onde cada partido ou coligação tem um candidato em cada
distrito e onde cada candidato faz sua campanha dentro do seu próprio distrito
e só pode ser votado por eleitor daquele distrito, tendo como adversários os
candidatos de outros partidos ou coligações do mesmo distrito.
Adriano Pereira de
Oliveira, Estadual São Paulo 70223.
Adriana Rodrigues de Oliveira, Federal São Paulo 7023.
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