segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Cumprindo uma missão


A missionária Esther Ergas me deu uma missão: Escrever alguma coisa do coração sobre minha convivência com a Missionária Ana Wollermann. Tia Ester, como é conhecida entre os alunos do Seminário, disse que muita coisa já foi escrita sobre Dona Ana, mas ela queria que eu escrevesse algo que partisse do coração, e não de pesquisas em livros.

É isto que vou procurar fazer neste modesto artigo. Primeiramente, quero salientar que Esther Ergas é a pessoa que mais conviveu com Ana Wollermann, tanto no Brasil, como nos Estados Unidos. Foi sua companheira inseparável.

A primeira vez que ouvi falar de Ana Wollermann, surgiu em minha mente um pensamento, uma comparação, Ana Wollermann é para o Mato Grosso (naquele tempo ainda não tinha sido criado o Mato Grosso do Sul) o que Rosely Appleby foi para Minas Gerais, ou seja, uma avivalista, uma mulher de oração.

Foi isso que constatei a partir de 1973, quando assumi o pastorado da Igreja Evangélica Batista de Ponta Porã. Eu tinha lido muito sobre avivamento espiritual, pois fui discípulo de Enéas Tognini. Percebi que o que estava ocorrendo no sul do Mato Grosso, região de Dourados, era um verdadeiro avivamento espiritual. Pessoas se convertendo em grande quantidade, grandiosos encontros de jovens para louvor e oração, muitos jovens sendo vocacionados para o ministério, muita alegria, muito fervor espiritual, muito amor entre os irmãos. Era o ambiente que eu desejava para começar o meu ministério.

Logo tomei conhecimento de que tudo tinha começado quando alguns obreiros daquela região, liderados pela missionária, sentiram o desejo de clamar fervorosamente ao Senhor. Entre eles, estavam a missionária Esther Ergas, o pastor Washington Antenor de Souza, da PIB de Dourados, o evangelista Nelson Alves dos Santos e o diácono José Pereira Lins. Mais tarde, chegou também o pastor Williams Balaniuc para reforçar o grupo.

Foi em consequência desse avivamento que surgiu um Instituto de Férias, que em 1974 se transformou em Instituto Teológico Batista Ana Wollermann, e que hoje é uma Faculdade Teológica credenciada pelo MEC.

Durante o tempo em que estive em Ponta Porã, 1973 - 1987, servi ao Seminário como professor e como membro do Conselho Administrativo, ocupando algumas vezes a presidência. No início, os professores não recebiam salários, eram voluntários, mas não tinha salário maior do que o privilégio de conviver com aquele ser humano maravilhoso que era a querida missionária Ana Wollermann, e ouvir suas palavras de gratidão. Eu ficava emocionado quando ela dizia para mim:

- Como eu louvo a Deus pela vida do irmão!

Por sugestão dela, enquanto eu estava em Ponta Porã, fui convidado duas vezes para assumir a direção do Seminário. A primeira, quando o pastor Williams Balaniuc deixou a direção. A segunda, quando o professor Ivan Araújo Brandão saiu. Mas entendi que não era o momento de assumir.

Mais tarde, em 1989, quando eu estava pastoreando a Igreja Batista do Bairro do Limão, em São Paulo, e ela já estava aposentada nos Estados Unidos, veio o terceiro convite. Aí, fui exortado pelo meu irmão Abel Pereira de Oliveira a aceitá-lo. Ele disse:

- Rapaz, quando Deus fala pela terceira vez o negócio não é brincadeira!

Deixei a Igreja Batista do Bairro do Limão e o curso de Pedagogia na USP, e fui assumir a reitoria do Seminário num período de crise, quando a torneira estava fechada, e os dólares não estavam vindo dos Estados Unidos. Mas graças a Deus a confiança foi restabelecida, a torneira se abriu, e, num período de três anos, construímos a capela e a biblioteca.

Dona Ana ajudou financeiramente muita gente. Eu fui ajudado por ela a participar da Campanha Evangelística promovida pela nossa Junta de Missões Mundiais em Portugal e na Espanha, em 1984. A ajuda dela foi fundamental para minha participação.

Louvado seja Deus por tudo!

Adriano Pereira de Oliveira

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